terça-feira, 19 de agosto de 2008

Características visuais de um vinho!




A visão é o sentido mais imediato a utilizar na degustação do vinho. Quando observamos o copo, concentramo-nos na cor do vinho e podemos avaliar se estamos perante um vinho branco, tinto ou rosé.

No exame visual devemos apreciar não só a cor do vinho, mas também a sua limpidez e transparência; a intensidade, nuances, lágrimas e efervescência.

A intensidade de um vinho é visível na sua cor. Se a cor que observarmos é concentrada e densa, é certo que o vinho deverá conter taninos mais ricos do que um vinho que apresenta uma cor mais fraca.

A limpidez relaciona-se com as partículas em suspensão que podem estar em contacto com o vinho. Eleve o copo a uma fonte de luz e verifique se este possui partículas em suspensão. O vinho turvo é uma conseqüência de processos inadequados na elaboração do vinho. Os vinhos de longa guarda, onde os melhores exemplos são os vinhos do Porto Vintage, os grandes Châteaux de Bordeaux e Barolos, com o tempo, vão formando depósitos no fundo da garrafa e, se agitados, dispersam-se no vinho. Exceção feita a esses vinhos, todo vinho correto deve apresentar-se límpido, isto é, sem partículas em suspensão e sem depósito. A presença dessas partículas, geralmente, indica que o vinho é mal feito ou está deteriorado.

A transparência deve ser avaliada contra uma superfície branca, por exemplo, uma folha de papel. Coloque a folha por trás do copo e se perceber exatamente o que está escrito na folha, o vinho está perfeitamente transparente. A transparência é uma característica dos vinhos brancos e rosés, os vinhos tintos variam a sua transparência de acordo com a intensidade da cor. Um vinho correto não pode estar turvo, deve apresentar-se transparente.

A fluidez do vinho é visível quando se agita ligeiramente o copo. Nas paredes do copo, o vinho escorre de forma irregular em forma de gotas, são chamadas as “lágrimas” ou “pernas” do vinho. Se as lágrimas demoram algum tempo a escorrer pelas paredes do copo, significa que o vinho tem elevado teor alcoólico. Por outro lado, se as gotas fluírem rapidamente para o líquido, o vinho é mais leve e menos alcoólico.

O gás nos vinhos espumantes são aqueles que têm maior quantidade de gás carbônico e especialmente nestes, é importante apreciar a quantidade e persistência das bolinhas. Um espumante tem mais qualidade se apresentar bolinhas de pequena dimensão, numerosas e persistentes. Nos vinhos brancos, rosés e tintos jovens o gás é, muitas vezes, quase imperceptível à vista e mesmo ao paladar.

O brilho é muitas vezes considerado em degustações técnicas. Obviamente, trata-se de um vinho com reflexos intensos, apresentando um aspecto brilhante. Em princípio, não é um sinal absoluto de qualidade, mas os grandes vinhos em geral apresentam brilho intenso.

A viscosidade, todo vinho deve apresentar viscosidade, que é certa aderência do líquido nas paredes da taça. Quando a taça é agitada e colocada, em seguida em repouso, o vinho escorrerá de alguns pontos da parede da taça, lentamente, em filetes, denominados lágrimas, pernas ou arcos. A formação das lágrimas é devida aos fenômenos de tensão superficial e evaporação de alcoóis do vinho, especialmente o glicerol (também chamado glicerina). Um vinho com pouca densidade é um vinho "aguado”, escorre rapidamente nas paredes da taça, e indica que esse vinho terá pouco corpo, isto é, não terá na boca aquela sensação de estrutura aveludada.

A cor de um vinho deve ser examinada cuidadosamente, pois fornece informações importantes sobre o vinho. Depois da observação geral da cor, deita-se a taça, e examinando-se a superfície do vinho que tem forma elíptica. Poderão ser identificadas duas regiões: a região central ou olho onde a cor é mais concentrada, e a borda periférica ou anel que tem cor menos concentrada, pois o volume de vinho é menor nessa região e a cor fica esmaecida.

Com o envelhecimento, os vinhos tintos vão tomando tonalidade alaranjada e chegam até a cor de tijolo. Embora o olho possa ainda estar vermelho intenso, a mudança começa a ser percebida no anel. Já nos brancos o envelhecimento provoca mudança de cor amarelo palha para dourado.

Principais variações de cor

Tintos Jovens: De violeta pálido a rubi intenso.
Tintos Maduros: De rubi pálido com reflexos alaranjados a marrom tijolo (âmbar).
Brancos Jovens: De amarelo palha com reflexos esverdeados ou com reflexos dourados.
Brancos Maduros: De levemente dourado a intensamente dourado.
Rosés Jovens: De rosa claro à rosa escuro.
Rosés Maduros: De rosa escuro com reflexos dourados até âmbar.


Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br/~pavesi/vinho/degustacao.htm

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