terça-feira, 2 de setembro de 2008

A rolha e o vinho


Não devemos subestimar a importância da rolha na qualidade do vinho. Inicialmente eram utilizados outros materiais como estopa, pano, crina de cavalos, pergaminho, e finalmente chegou-se a utilização da rolha de cortiça para tampar as garrafas de vinho. A idéia de empregar a cortiça como rolha é atribuída a Dom Perignon. A cortiça possui qualidades que até agora a tornaram praticamente insubstituível: porosidade, leveza, elasticidade, impermeabilidade e isolamento.

Existem diversos tipos de rolhas de cortiça que são empregadas conforme o tipo de vinho. São basicamente cinco os tipos de rolhas: monolítico, granular aglomerado, composto de fatias de cortiça natural e aglomerado, composto de seções de cortiça natural e a de alta tecnologia.

Uma rolha de má qualidade pode comprometer a qualidade do vinho, transmitindo o desagradável e irreparável "sabor de rolha", tal defeito pode ser conseqüência de pequenos parasitas nas fendas da rolha ou mofo, ou ainda pelo cloro utilizado no alvejamento da rolha. Ocorre do odor de rolhas serem fugaz, bastando descartar os primeiros centilitros da bebida. Daí o costume dos someliers em verificar pelo olfato a qualidade da rolha antes de colocar o vinho à prova.

Atualmente alguns vinhos, principalmente espumantes e brancos jovens, são tampados com rolhas de polietileno. Essas rolhas têm um coeficiente de permeabilidade maior que ao da cortiça, mas são pouco elásticas proporcionando uma vedação menos adequada. Possuem, no entanto a seu favor o baixo custo e impossibilidade do "sabor de rolha". As rolhas são também "souvenirs". Virou moda entre os apreciadores de vinhos guardarem as rolhas em um recipiente decorativo de vidro ou cristal como forma de lembrança dos grandes vinhos que provaram e dos agradáveis momentos que essas bebidas proporcionaram.

O que observar nas rolhas

A rolha é na quase totalidade dos vinhos feita de cortiça, sendo poucas as marcas que utilizam rolhas de material plástico que imita a cortiça. Com certeza os fabricantes de bons vinhos preferirão para estes o tipo tradicional, de cortiça.

A cortiça para as rolhas é produzida em Portugal. Ela é a casca do sobreiro, uma manta tão grossa quanto o comprimento de uma rolha, e que essa árvore renova a cada nove anos.

A rolha tem impresso o nome do fabricante, possivelmente as armas da família, e alguns códigos. Uma das coisas a examinar na rolha é a correspondência dos dizeres desta com os rótulos, pois, no caso de vinhos caros, a garrafa rotulada poderá ser reutilizada para um vinho barato em uma falsificação grosseira, mas a rolha, inutilizada da primeira vez que foi sacada da garrafa, teria que ser substituída. Por esse motivo o garçom deve remover a ponta da capa do gargalo e abrir a garrafa na presença do cliente.

Um problema com a rolha de cortiça é que elas ressecam, perdem a aderência ao gargalo, e como resultado o ar penetra na garrafa oxidando e inutilizando o vinho. Por esse motivo as garrafas não podem ser guardadas em posição vertical, nas adegas. Porém as rolhas também reagem com o vinho e podem passar gosto de cortiça para o líquido, quando a garrafa é guardada por muito tempo na posição inclinada.

Ao comprar uma garrafa de vinho é conveniente fazer pressão com o polegar sobre a rolha, para ver se ela está firmemente presa, ou se resvala alguns milímetros para dentro da garrafa, sinal de que a oxidação do vinho com certeza já aconteceu.

Tipos de rolhas

Rolha de Cortiça
Países nos quais ela é mais freqüente: França e Itália. O oxigênio entra na garrafa lentamente, o que permite a maturação perfeita do vinho. Exige armazenamento mais cuidadoso; a umidade, por exemplo, pode atrair fungos à rolha.

Rolha sintética
Países nos quais ela é mais freqüente: Estados Unidos, Chile e Argentina. O material é à prova de proliferação de fungos. Não serve para vedar a garrafa depois aberta.

Rolha screw-cap (tipo a de refrigerante)
Países nos quais ela é mais freqüente: Austrália e Nova Zelândia. Dispensa saca-rolhas. Como impede a entrada de oxigênio, é contra-indicada no caso de vinhos que terminam seu processo de amadurecimento na garrafa.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Boa tarde! Este post deveria ter citado a fonte original que foi um post que publiquei em meu blog http://www.chicosena.blogger.com.br/2006_05_01_archive.html, em 12.05.2006, intitulado "A rolha". Em alguns trechos ele foi simplesmente copiado de meu texto original. Transmitir conhecimento sem informar as fontes é no mínimo anti-ético.

Grato

Chico Sena

Unknown disse...

Em defesa das rolhas de cortiça. Preserve essa ideia.
No natal de 2009, durante uma de suas degustações, Alessandro Garcia, Sidney Garcia e Claudio Frazão (Respectivamente), incentivados pelos presentes, tiveram a ideia de criar uma instituição para defender, cuidar e discutir os assuntos relacionados as rolhas de cortiça, em especial as tradicionais rolhas de cortiça cuja fabricação tem sido ameaçada, pela crescente substituição por rolhas de plástico, em decorrência do intitulado desenvolvimento sustentável com a preservação da natureza. Mas como aceitar essa substituição com sensível prejuízo ao sabor do vinho e suas tradições? Então, por que não reciclar as rolhas de cortiça. Seria esse o caminho? Então se instituiu a ONG DA ROLHA - Ano I.


É preciso uma maior mobilização a favor das rolhas de cortiça
http://www.ongdarolha.com/