terça-feira, 28 de outubro de 2008

Curiosidades Sobre Rolhas


História da Rolha

É no reinado de D. Dinis, início do século XIV, que já se registra a exportação de cortiça para o Reino Unido. Mais tarde também se conhece a exportação para a Flandres.

Por volta de 1450 é evidente o interesse na cortiça, para flutuadores de pesca. É nessa altura que o rei português D. Afonso V, entregou o monopólio da exportação da cortiça nacional a um mercador de Bruges, durante uma década, o que originou reclamações dos representantes do povo, devido a tal privilégio.

Em 1488, D. João II proíbe o abate dos sobreiros e, pouco tempo depois, edita carta sobre os direitos dos agricultores, para poderem comercializar a cortiça livremente.

Com a época dos Descobrimentos foi grande a utilização da madeira e cortiça dos sobreiros em todas as embarcações.

Em finais do século XIX assiste-se a uma expressiva exportação anual de cortiça (principalmente para o Reino Unido) de cerca de 30.000 toneladas que logo subiu para mais de 50% em menos de uma década.

É também por esta altura que notam mais as pragas a atacarem os sobreiros. Refere-se o ataque da cobrilha nos montados e as doenças que se prolongaram por mais de meio século.

As mortandades dos sobreiros coincidem muito com períodos de secas mais acentuadas. De realçar que por volta de 1950, num espaço de 7 anos foram abatidos mais de um milhão de sobreiros.

Entre o fim do século XVIII e o início do século XIX houve uma descida do interesse no setor, uma vez que o aproveitamento da cortiça se destinava quase exclusivamente para vedantes de vinho, o que significava o aproveitamento de cerca de um quarto, devido à exigência da qualidade para esse fim.

Com o aproveitamento dos resíduos da cortiça (até então sem valor) para a fabricação de aglomerados, no fim do século XIX, assistiu-se a uma nova expansão da cortiça.

Extração da Cortiça

A cortiça (casca do tronco do sobreiro) extrai-se pela primeira vez ao fim de cerca de 25 anos, pelo que é denominada de cortiça “virgem”. Numa segunda extração, em que a cortiça é conhecida por “secundeira”, terá de ser respeitado um intervalo mínimo de 9 anos, bem como nos descortiçamentos seguintes. Apenas nesta fase, a partir do terceiro descortiçamento, é que se aproveita a melhor cortiça, a chamada “amadia”, para o fabrico de rolhas.

A tradição da rolha de cortiça para garrafas de vinho começa a estremecer: tecnologias modernas poupam enormes prejuízos aos vinhateiros. Mas consumidores e 'gourmets' apegam-se à velha rolha.

Componentes da Rolha

Os principais constituintes químicos da cortiça são divididos da seguinte forma:

Suberina (45%) - principal componente das paredes das células, responsável pela elasticidade da Cortiça;
Lenhina (27%) - composto isolante;
Celulose e Polissacarídeos (12%) - componentes das paredes das células que ajudam a definir a textura da cortiça;
Taninos (6%) - compostos polifenólicos responsáveis pela cor;
Ceróides (5%) - compostos hidrofóbicos que asseguram a impermeabilidade da cortiça;
Cinza e outros produtos (5%).
As suas propriedades são inúmeras, destacando-se entre elas: leveza, elasticidade e isolamento.

Dimensões da rolha

As dimensões da rolha devem respeitar os seguintes aspectos:
O tipo de vinho – Para vinhos de estágio aconselham-se rolhas de 45 e/ou 49 mm de comprimento e 24 mm de diâmetro, enquanto que para vinhos de maior responsabilidade, especialmente gaseificados, aconselham-se rolhas de 25 ou 26 mm de diâmetro.
A dimensão do gargalo - A rolha deverá ser dimensionada segundo o perfil do gargalo, uma vez que o comprimento da mesma fica condicionado pela conicidade da garrafa. Relativamente ao diâmetro da rolha, este deverá ser cerca de 6 mm superior ao diâmetro médio do gargalo da garrafa.

Tipos de rolha

Rolhas Naturais- Rolhas que são extraídas diretamente da cortiça e que, desta forma, são 100% naturais.
Rolhas Colmatadas-São rolhas que têm os poros cobertos com produtos naturais e colas.
Rolhas Aglomeradas-Rolhas que são inteiramente feitas de granulados com cola e moldadas num corpo cilíndrico.
Rolhas Técnicas- As rolhas técnicas são constituídas por um corpo de aglomerados muito densos com discos de cortiça natural colados nos topos.
Rolhas com Cápsula-Em cada uma destas rolhas é colocada uma cápsula de madeira, PVC, vidro ou metal num dos topos, permitindo-lhe assim que seja usada várias vezes.

Hoje, um número crescente de vinhos de boa qualidade chega ao mercado com tampas de rosca, com as que são utilizadas há muito nas garrafas de água mineral ou de sucos. Outros optam pelas chapinhas, como as das cervejas e refrigerantes. Uma nova forma, ainda pouco usual pelo preço elevado, é a rolha de vidro. E existem as rolhas sintéticas que imitam as de cortiça natural.

Fonte:http://www.aesbuc.pt/twt/ETGI/MyFiles/MeusSites/Enologia/2007/historia/rolha.htm

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