quinta-feira, 31 de julho de 2008

Carmenère


A casta Carmenère foi uma das mais amplamente cultivadas no início do século XIX no Médoc e Graves. Na década de 1860 as videiras européias desta variedade foram dizimadas pela filoxera, um inseto que afeta as folhas e a raiz sugando a seiva das plantas, e substituídas por outras castas menos sensíveis, como a Merlot.

Julgada extinta, foi redescoberta em 1994 no Chile por um ampelógrafo francês, chamado Jean-Michel Boursiquot, que notou que algumas cepas de Merlot demoravam a maturar. Os resultados de estudos realizados concluíram que se tratava na realidade da antiga variedade de Bordeaux Carmenère, cultivada inadvertidamente, misturada com pés de Merlot.

Levada por engano aos vales vinícolas chilenos, a Carmenère se adaptou ao clima agradável e aos solos férteis obtendo êxito ao ponto de ser considerada uma das uvas mais importantes do Chile por sua qualidade e sabor excepcional. É no Vale do Colchagua que há o seu maior cultivo, que se mantém restrito ao Chile devido à fragilidade da cepa, que sobrevive graças ao bom clima e solo, mas sobretudo, ao isolamento físico e geográfico criado por barreiras naturais como o Oceano Pacífico, o Deserto do Atacama, a Cordilheira dos Andes e as águas frias do provenientes do Pólo Sul, que protegem essa região de pragas.

Apesar de amadurecer bem mais tarde do que a Merlot, os vinhos com ela elaborados foram sempre tidos e vendidos como Merlot, até que testes de DNA comprovassem definitivamente sua verdadeira natureza. Tal fato proporcionou ao Chile um belo trunfo mercadológico, sendo hoje o único país a poder ostentar o nome Carmenère em seus rótulos.

É ideal para acompanhar carnes fortes, como cordeiro e caças, massas com molhos condimentados e queijos tipo parmesão.


Características

Os vinhos produzidos a partir da cepa Carmenère possuem cor vermelha lilás, bastante profunda, aromas de frutas vermelhas, terra úmida e especiarias com notas vegetais que vão se suavizando na medida em que a uva amadurece na própria planta.Os taninos são mais amigáveis e suaves que os do Cabernet Sauvignon. As notas vegetais tornam-no porém menos elegante que um Merlot. Faz um vinho de corpo médio, fácil de beber e que deve beber-se jovem, quando apresenta sabor persistente que tente ao gosto de framboesa madura e beterraba doce.

Um comentário:

Ander disse...

Essa uva produz vinhos excelentes.