terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Espumantes Nacionais


Mesmo sem Veuve Clicquot, Moët & Chandon, Krug ou Taittinger na taça, o brasileiro pode brindar as festas de fim de ano sem medo de fazer feio. É que os espumantes nacionais, nascidos dos vinhedos gaúchos, alcançaram uma qualidade tão elevada que alguns especialistas até são capazes de compará-los aos similares de países como Itália e Espanha – embora ainda percam para os franceses de Champagne, imbatíveis. Os especialistas explicam que as condições de solo e clima do Rio Grande do Sul são muito mais favoráveis para a produção de espumantes que de tintos e brancos “tranqüilos”, sem borbulhas.

A bebida é feita com as mesmas uvas dos vinhos comuns. A diferença é que elas são submetidas a uma segunda fermentação, na qual surgem as bolhas. O processo é crucial para garantir a qualidade.

A casa Chandon passou a dedicar-se exclusivamente aos espumantes no Brasil, estimulada pelo fato de seu brut (versão seca) ter reinado solitário nas gôndolas dos supermercados e lojas especializadas na última década. A concorrência não tardou a chegar. Hoje, há pelo menos meia dúzia de marcas no mesmo patamar.

Recentemente, a Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) preparou um ranking de vinhos nacionais, após quatro meses de testes e degustações. “Estamos no Primeiro Mundo em matéria de espumantes”, avalia o presidente da entidade, Arthur de Azevedo. De fato, eles obtiveram as melhores médias na avaliação: 40% das marcas conseguiram notas acima de 75 (a máxima era 100). Entre os vinhos tintos, 30,3% alcançaram essa pontuação. Entre os brancos, apenas 11,4%.
Os espumantes mais bem cotados têm nomes que não soam familiares ao consumidor, mas isso deve mudar, até porque eles têm excelente relação custo-benefício. Marcas como Don Giovanni, Cave de Pedra, Cordelier, Dom Laurindo, Chandon, Chandon Excellence, Dom Cândido, Salton, Miolo, Dal Pizzol e Salton Volpi têm preço médio entre R$ 15 e R$ 36.

O champanhe ou espumante brut (o tipo mais seco) acompanha bem entradas e pratos principais leves, como ostras cruas, camarões e peixes grelhados. Com aves e carnes vermelhas, em receitas suaves, aconselha-se bebericar os espumantes rosés. As sobremesas pedem uma das variedades mais doces, como o démi-sec ou o moscatel espumante, nos moldes do que é produzido na região italiana de Asti.

Quem não abre mão da ceia com pratos tradicionais deve ter em mente que o tender combina com espumante ou champanhe demi-sec, o peru vai com o rosé e o pernil de porco ou o bacalhau podem ser degustados com o brut.

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